segunda-feira, 27 de junho de 2011

Luz, câmera, ação!

Depois que a TV Record foi inaugurada, Paulo Machado de Carvalho Filho, filho do fundador da TV Record, foi o responsável pela contratação de artistas, implantação de programas e planejamento da grade, até o fim dos anos 1980.

Ele estava à frente da emissora quando foram ao ar programas como "Família Trapo", "Jovem Guarda" e "O Fino da Bossa", além dos festivais de música da Record.

O empresário foi presidente da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) entre 1980 e 1982, e foi responsável pela vinda ao Brasil de nomes como Louis Armstrong, Nat King Cole e Sammy Davis Júnior. Nomes renomados de artistas internacionais que participavam de programas de TV brasileiros e tiveram destaque no público e, com certeza, ajudaram na construção da história da TV brasileira.

Durante as filmagens, o trabalho dos funcionários nos estúdios nem sempre era simples, pois com câmeras pesadas da época e rolos de filme de 16 mm, os programas eram transmitidos sem nenhum tipo de edição posterior (ao contrário do que se vê nos dias atuais), com modernas ilhas de edição e computadores; ou seja, eram exibidos na casa das pessoas da forma como eram gravados, ao vivo, e programas que contivessem no seu roteiro imagens de efeitos especiais, eram muito difíceis de serem produzidos, devido às limitações técnicas.

Os programas, em especial os grandes festivais de música da TV Record, advindos do rádio, traziam alegria e entusiasmo aos telespectadores e aos espectadores que tinham a chance de acompanhar tudo de perto, no auditório do teatro Record. Eles vibravam, gritavam, aplaudiam por estarem ao lado de seus ídolos ou por simples satisfação de felicidade por terem a oportunidade de conhecer de perto uma estação de TV.



O rádio foi, sem dúvida, uma verdadeira escola para a televisão no Brasil. Grande parte dos artistas e famosos que hoje vemos na TV vieram do rádio, como Silvio Santos, Raul Gil, Ratinho, Hebe entre outros. Como o rádio existe há mais tempo que a TV, o público em geral sempre se encantou ao lado do aparelho para ouvir sua música preferida, saber das notícias, apreciar os mais diversos programas radiofônicos e acompanhar as radionovelas.

Como tudo era feito na arte da sonoridade, o trabalho dos atores e atrizes nos estúdios de rádio eram mágicos e inspirantes. Os ouvintes imaginavam as vozes, as cenas, os acontecimentos, sempre atentos a tudo que se ouvia na transmissão da emissora. As moças, ao escutar as radionovelas, se encantavam com a voz do "galã" ou imagem que fantasiavam acerca do ator, e se convertiam em "cinderelas" a espera de seu "príncipe encantado", desviando o pensamento da realidade.

Partidas de futebol

A Rede Record já transmitia partidas e campeonatos de futebol nos seus anos iniciais, antes mesmo do findar da década de 1950. A grande paixão de seu primeiro dono, Paulo Machado de Carvalho, era o futebol. Sendo assim, o "patrão" deu ordens para sua emissora sair em campo transmitindo não só o futebol, (que se tornou pioneira na exibição de TV do gênero, mais tarde copiado pelas demais redes de televisão), mas também o Grande Prêmio de Turfe, em 1956, - direto do Jóquei Clube do Rio de Janeiro, até as lutas de boxe, que, com o tempo, foram perdendo espaço na TV brasileira. A emissora dos Machado de Carvalho se destacou pela transmissão de quase todos os acontecimentos esportivos de São Paulo nos anos 1950.

domingo, 26 de junho de 2011

Depois da inauguração, os desafios...

Manter uma emissora de TV nos anos em que ela começou a dar seus primeiros passos no Brasil não era uma tarefa fácil. Isso porque era uma missão difícil estabelecer uma programação equilibrada que correspondesse ao bom gosto e à satisfação do público, cada dia mais exigente. Com o surgimento de novas redes de televisão no País, ia ficando cada vez mais restrito e disputado o bolo comercial entre as televisões. Era preciso criatividade, comprometimento e imaginação para se dedicar exclusivamente ao trabalho de levar informação e entretenimento a casa dos telespectadores.

Devido às limitações técnicas, o trabalho dentro e nos bastidores de um estúdio chegavam a ser cansativos e fadigantes, mas o resultado na tela da TV era gratificante. Como ainda não existia videoteipe nos anos 50 (quando a TV Record foi inaugurada) e era muito difícil gravar na época, os programas eram transmitidos ao vivo. Errar não fazia parte da programação, então antes das filmagens eram necessárias horas de ensaios até que se atingisse o resultado esperado. Ainda assim, muitos atores deixavam escapar um erro de gravação, e o improviso era uma maneira de contornar a situação.

No início de operações da emissora paulista, foram transmitidos programas de destaque, entre eles um musical que se consagrou exibindo artistas célebres como Nat King Cole, Charles Aznavour, Ella Fitzgerald e Marlene Dietrich, além de programas esportivos, teatrais, humorísticos e jornalísticos. 

Na programação infantil, o seriado "Capitão 7" foi um ícone da emissora representando a numeração do seu canal, pois, inicialmente, sua concessão operava no canal-7. O programa fez a alegria de muitas crianças, e ficou no ar durante doze anos. Era apresentado pelos atores Ayres Campos e Idalina de Oliveira, e era inspirado na história de uma criança que era sequestrada por alienígenas e levada até o sétimo planeta (daí seu codinome), onde cresceu aprimorando corpo e mente. Quando adulto, o rapaz retorna à Terra e descobre ter poderes de um herói quando se encontra em situações de perigo.

Foto: tvpiratinicanal5rs.blogspot.com